terça-feira, 22 de outubro de 2013

Transpondo o tempo...


As noites que um dia traziam alívio a um dia sem cores, hoje captam murmúrios melancólicos, fazendo de cada minuto, um tempo infinito. Isolamento já não traz paz, pois o mundo que escolhi viver, hoje já não mais existe. Rasgo as páginas dos livros de poesias, já não creio nas definições infundadas do amor. Transformações nos jogam contra um turbilhão de incertezas, que talvez uma apenas seja claramente transformada em certeza: machucar é inevitável mesmo em sonhos. O rio, através de sua correnteza segue seu curso. É como o tempo, que não para e não volta atrás. Entender o que será feito é possível, mas jamais será aceito. A inteligência que nos faz compreender tudo o que nos faz bem e buscamos não pode ser jogada ao vento, mas acontece e infinitamente, vai tilintar na mente. Convenções sociais destroem magias. Melhor nada interpretar, pois o tempo vai transpor lembranças, vai fazer como dizem, seguir o rumo, mas... certamente as marcas estarão plantadas como um ferida que jamais cicatrizará.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Seja como for...

Buscando motivos, sigo meus dias, apenas por viver
Confusão mental, sentimentos reprimidos
Caminho sem destino, sem noção de onde chegar
A vida já nada significa, me esqueci como é

Me abrigo em meu canto, procurando me isolar
De pessoas com soluções mágicas para tudo
Cultivo sua lembrança, ainda que você não saiba
Cada ruído é uma esperança de seu retorno, bastaria querer

Em noites silenciosas e vazias, as lembranças me dominam
Inquietando os meus pensamentos
As horas passam impedindo o sono que logo percebe o amanhecer
Distância e o tempo me roubam a esperança
De um dia ter novamente em meus braços
Revivendo a sintonia tão intensa

Sonhos rasgados, planos desfeitos
E o pensamento buscando saber da importância deles para você
A solidão pode me fazer errado
Projetando a mente a qualquer coisa que me resta de tudo vivido
Para que num sorriso eu expressasse, a sua presença novamente...

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Nada mais importa...

Há tanto tempo não lhe vejo
A vontade toma conta infinitamente
Meus olhos atreviam te olhar intimamente
Te concedia minha mais pura verdade
A melancolia hoje me rodeia
Me coloco a imaginar-te
Sonhar me faz feliz
Ainda que eu tenha a triste realidade me acordando
Vou trilhar uma estrada, mas nela não terei pressa
Pois sei que ao final do percurso, não encontrarei o pote de ouro que sonhei
O caminho se faz nebuloso, denso e sombrio
Pois já não há a luz que me guiava com a certeza de meu objetivo
Reluto em sorrir, pois já não tenho o motivo maior
Cercado pelo silêncio e neblina
Ainda sinto o cheiro suave de um perfume que ficou guardado no coração
E assim vou me guiando...
Já não desejo mais sentir nada
Não desejo tomar qualquer pensamento de entendimento
Na inércia que agora me encontro
Vou silenciosamente me afastando, pois nada mais importa