quinta-feira, 21 de junho de 2012

Fecham-se as cortinas...

Por inúmeras vezes o poeta sonha, se inspira e assim, acaba proporcionando um mundo especial a quem encontra seus registros. Imaginamos de quem escreve tais textos alguém que tenha todas as respostas para o amor, para a vida, as relações e suas próprias questões internas. Mas de fato não é verídico tal constatação. Como o palhaço que faz seu público sorrir de suas divertidas ações e ninguém nota que ao fechar das cortinas, ele volta ao camarim e convive com suas dores. Em sua sabedoria, o Criador nos fez com capacidades maiores do que as imaginamos. Ele nos dá condições de suportar dores, de seguir adiante, ainda que seja gigantesco o vazio que carregamos. Aprendemos a chorar, reclamar, contestar, mas não por isso somos ingratos. De fato há pessoas em situações mais concretas, humanas e de sobrevivência abalada. Mas a dor de um sentimento se agrava quando ele se finda sabendo que era possível, era incrivelmente mágico e desejado. O poeta transcreve sonhos, alegrias e assim ele se torna visto, observado. Quando não mais há magia nas suas entrelinhas, se faz necessário ele calar-se, isolar-se para que não trace momentos sem inspiração, sem encanto ou mesmo sem amor.  Ficam as lembranças de desejar condensar o amor num único grito, amar perdidamente, ser a alma, o pensamento, ter garra e buscar. Todo o desejo e esplendor de um sublime amor.  

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