Um pássaro tendo sua asa ferida não pode alçar vôos e assim se acomoda em um canto, se lamenta e se vê sem condições de continuar adiante. Ali parado ele observa a sua volta, se vê impossibilitado e se entrega a dor. Os dias seguem e isolado, seus dias vão seguindo em silêncio, em desilusão de poder alçar vôos e atingir seus sonhos, seu dia a dia. Quando se está em grupo, o apoio, a ajuda e o amor naturalmente aliviam a dor, a impossibilidade de sentir-se abandonado quando mais precisa. Não muito diferente acontece ao ser humano quando se vê excluído, julgado ou deixado de lado. Sendo alvo de atitudes diferentes das que vivia, o ser humano tem o caminho de se entregar a um mundo fútil para apagar algo com outra coisa falsa, mas também pode seguir querendo algo verdadeiro e que não se encontra a disposição num mundo vazio como o que vivemos. Entregar-se a solidão então acaba sendo uma defesa, uma busca por um entendimento, que nem sempre vem. Os dias vão minando as forças, os sonhos vão sendo lacrados para que nunca mais voltem ao coração e o coração, este sente a dor, sente o vazio e lentamente, vai empurrando os pensamentos para um lado de tristeza, solidão e vazio sem fim. Ver transformações ocorrendo brutalmente machucam, mas a vida vai te deixando marcas, vai te colocando de lado e quando se percebe, solidão vai convidando depressão sem que as pessoas percebam. Tudo parece pequeno aos olhos alheios. O preocupar com si mesmo, a nova meta, a correria diária de cada um, é algo que faz pessoas indo ao fundo do poço não serem ouvidas. As coisas vão sendo automáticas para muitos e assim não absorvem o sofrimento alheio. Sufocar a dor, colocar na face um sorriso involuntário e seguir adiante é o que se tem de sugestão, mas não enxergam no fundo da alma a transformação negativa, a dor, a marca que fica e os sonhos interrompidos. Vamos adiante, não é mais problema de outra pessoa. Quem se importa?
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